segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Resenha - "Pedagogia da Autonomia"

Resenha crítica de 3 tópicos do livro "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire.





2 comentários:

kelser disse...

Por Kelser de Souza Kock

Tópicos de Paulo Freire


Em seu livro, “Pedagogia da Autonomia1”, o autor demonstra com extrema convicção através de uma linguagem simples e clara e com uma profunda essência os saberes necessários à prática educativa. Consegue, com sua afetiva eloqüência, provocar e estimular o docente à busca pela excelência no processo de ensino aprendizagem.
Algumas passagens em seu livro são marcantes. Vamos explicitar algumas delas e comentar algo a seu respeito. Uma frase interessantíssima, onde o autor conclama os professores a pensar certo é a seguinte:

“condição necessária para pensar certo é não estarmos demasiadamente certo de nossas certezas”

Parece um tanto paradoxal, mas nesse ponto reside a beleza de seu pensamento. A certeza dificulta o pensar certo. Quando estamos convictos de nossas idéias, resistimos ao novo. Contudo, nem sempre nossas idéias são as melhores. Devemos sempre estar em busca de melhorar nossa forma de nos expressar e nos fazer entender. O questionamento constante de nossa forma de pensar e agir deve ser pautado nessa premissa. Assim a relação professor aluno pode ser permeada pela criatividade e liberdade de expressão. Situações onde o excesso de rigor aliado ao conservadorismo docente podem levar ao engessamento desse processo e dificultar a autonomia do discente. Desse modo, a certeza e a verdade sobre as coisas mundanas são sempre questionáveis.
Outra passagem que merece ser destacada refere-se à importância de avaliarmos a relação docente-discente na sala de aula. Ela é apresentada dessa maneira:

“o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente lido, escrito e reescrito.”

Observamos que durante a atividade do professor, algumas situações podem ser visualizadas e o feedback sobre a fluência da aula pode ser permanentemente constatada. A dinâmica do espaço pedagógico deve ser estimulante e capaz de criar um ambiente propício ao ensino. Contudo, quando o docente percebe que a aula não possui um bom andamento, as estratégias pedagógicas podem ser reformuladas para que se recrie um espaço problematizador da educação.
Outro ponto que também é extremamente instigante, discursa sobre a percepção de incompletude do sujeito como fator responsável pela abertura ao processo educacional. É descrito assim:

“o sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na história.”

Podemos perceber que esse é um aspecto chave na busca pelo conhecimento. Quando possuímos a noção de que somos seres dinâmicos, em busca do refinamento, percebemo-nos curiosos e inquietos, tentando alcançar uma percepção maior do mundo que nos cerca. Na seqüência dessa reflexão, abrimo-nos aos outros como forma de expor nossos pensamentos e, através da complexidade das relações e das formas de pensar, conseguimos compreender que nessa situação não há espaço para o acanhamento ou o medo do ridículo, pois estamos todos em busca do aprendizado. Assim, utilizando a curiosidade epistemológica associada a dialética dos saberes, podemos estar abertos a busca do esclarecimento.

Bibliografia

1. Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

kelser disse...

Por Sérgio Guedes de Oliveira

Tópicos do livro - Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários para prática educativa.

“Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser.
Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar longe, ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. É por isso, que transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador.”
Paulo Freire


- Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores.

O professor deve ter respeito à pessoa do educando, o seu direito de ser, e este, precisa saber que os educadores, precisam ser respeitados e este respeito inclui o seu salário, que em hipótese nenhuma, deveria ser acachapante. Esta situação torna os educadores, fazedores de bicos, para conseguir viver com um pouco de dignidade.
Os professores não devem cruzar os braços, e sim, pleitear os seus direitos como cidadãos e educadores. No educador deve ser desenvolvido, a tolerância, amorosidade e a compreensão, e aprender com as diferenças para serem mais éticos e consequentemente melhores educadores.

- Ensinar Exige Pesquisa.

O educador através da pesquisa, se torna possuidor de uma postura investigativa, adquirindo novos conhecimentos e transferindo esta sua curiosidade ao educando, despertando nele o senso crítico, e deparando-se com as verdades mais recentes dos saberes. A pesquisa é o ponto fundamental para evolução do educador e do educando, com a pesquisa o educador se reeduca, tornando-se melhor em sua proposta de educar.

- Ensinar exige disponibilidade para o diálogo

O educador deve estar disponível para aprender e ter segurança nos conhecimentos transmitidos ao educando, estando sempre aberto para novos conhecimentos, dialogando sempre, e saber que pode saber melhor o que já sabe. O educador deve se inserir no contexto social e geográfico dos educandos. É de fundamental importância procurar todos os recursos possíveis para educar , assim certamente, contribuirá para amenizar as diferenças de classes sociais, fazendo com que os oprimidos busquem conhecimentos para alcançar uma vida digna, formando um sujeito crítico, isto é, inserido política e socialmente, para fazer a sua parte na transformação da realidade que o cerca.