quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Síntese sobre os cap. 7 e 8 e texto de Álamo Pimentel


Paralelos entre a experiência escolar, identificando os diversos modos como tempos e espaços escolares são utilizados pelos sujeitos em convivência.

Um comentário:

kelser disse...

As escolas são entidades administrativo-pedagógicas que possuem diversas características que as distinguem e fazem com que todas vivenciem o processo da passagem do tempo em vários âmbitos, desde a burocrática grade curricular até a dialética dos acontecimentos que envolvem a participação dos responsáveis pela tessitura escolar.
No que se refere ao aspecto administrativo, podemos observar os atores escolares sob a óptica estruturalista e funcionalista de Weber e Durkheim, onde o diretor, os supervisores, os professores, os alunos,... possuem papéis específicos nesse contexto e são, de certa forma, hierarquizados. O diretor dirige, o supervisor supervisiona, o professor ensina, o aluno aprende, e assim um depende do outro e são categorizados em posições mais ou menos importantes.
Sob a visão pedagógica, que trata-se da parte da mais importante, estão fundados os alicerces da educação, onde a prática docente através da didática, socializa o conhecimento e, talvez, contribuem para a reprodução da sociedade em que vivemos, como diria Marx. Aspecto esse, criticado veemente por Paulo Freire que apóia a criticidade no processo de ensinar.
Contudo, a característica administrativo-pedagógico das escolas é indissociável. Um claro exemplo desse fato é a organização das aulas em disciplinas em horários específicos, traduzida na grade curricular. Esse modelo traz consigo raízes históricas do modelo newtoniano-cartesiano, onde a fragmentação advinda do modelo científico atingiu todas as áreas negligenciando as características da integralidade no processo de conhecimento. Análise essa feita por Fritjof Capra em seu Ponto de Mutação.
Entretanto, a estruturação do tempo cronológico, onde são elencadas as disciplinas, o recreio, os conselhos de classe, as reuniões pedagógicas, também são envoltas de uma dinamicidade que foge a essa característica categorizadora. Os atores que constituem a escola são indivíduos diferentes que encontram-se em diferentes épocas de suas vidas, influenciados por diferentes valores, fazendo que essa relação dialética contribua para um significado atemporal.
Assim, a sociabilidade é algo inerente às escolas e, cabe a gestão fazer com que facilite esse processo, introduzindo um compromisso social e ético, muito mais do que meramente internalizar os conteúdos disciplinares.
Nesse sentido, Álamo Pimentel em seu artigo Escola, educação e gestão da vida, faz críticas ao modelo educacional atual, onde a mesma se traduz como uma repetição mecânica de perguntas e repostas prontas para a fixação de conteúdos. O autor comenta que a escola é a celebração da diversidade, onde esse espaço de convivência possui a possibilidade de confrontar as diferenças, reconhecer os paradoxos e buscar as complementaridades. Sendo assim, deve ser um espaço de reconstrução dos saberes, contribuindo para a análise dos papéis sociais e institucionais que se cristalizaram ao longo do tempo.